Região
Sudeste é a terceira no ranking da hipertensão
BRUNO FOLLI (PARA O DIÁRIO DE S.PAULO)
Perda de hormônios deixa mulheres em
grupo de risco, após a menopausa. Doença tem poucos sintomas e pode causar
infarto, derrame e falência renal. De cada cinco brasileiros, pelo menos
um deles sofre de hipertensão.
A doença já atinge algo entre 30 e 40 milhões
de pessoas no país, segundo o Ministério da Saúde. Os números preocupam a
classe médica, pois a pressão alta pode matar e está relacionada com uma série
de outros males graves.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia
mapeou a doença, no projeto chamado "Corações do Brasil", e fez um
ranking das regiões mais afetadas. O Sudeste está está em terceiro lugar, com
29,1% dos adultos doentes. Perde apenas para o Nordeste (31,8%) e Sul (30,4%)
do país. A média nacional é 28,5%.
A hipertensão pode matar sem qualquer
aviso prévio. Seus primeiros sintomas costumam aparecer apenas quando algum
importante órgão já está em perigo, como os rins, coração e cérebro. Portanto,
a hipertensão mata por meio de infartos, derrames e falência renal. A doença
ainda é misteriosa para a medicina e pouco se sabe sobre suas origens - 90% dos
casos têm o motivo indefinido. Apenas é possível dizer que há relação entre a
hipertensão e outros males, como obesidade, diabetes e estresse. Há também
predisposição genética, indicada por muitos doentes na mesma família. E até a
alimentação é fator de risco, como o excesso de sal no topo da lista.
Idoso: risco maior
O envelhecimento afeta as artérias, deixando-as
mais rígidas, e isso aumenta as chances de a pressão ficar alta. "O risco
é maior nas mulheres, por causa da perda de hormônios na menopausa",
afirma o cardiologista Otávio Gebara, do Hospital Santa Paula. Cerca de 40% das
mulheres adquirem hipertensão após a menopausa. "É preciso conhecer
a doença e buscar ajuda médica", alerta Gebara. Se tratamento fosse
seguido à risca, o número de mortos por hipertensão poderia ser bem menor.
"Basta o mal-estar sumir que o paciente larga os medicamentos, ele se
importa com os sintomas e não com a doença", afirma Gebara. Contudo, a
ausência de sintomas pode esconder o crescimento da doença. Os médicos
recomendam o monitoramento constante da pressão arterial, mesmo em pessoas
saudáveis. A pressão deve ser medida uma vez por ano. Se houver algum fator de
risco, as checagens precisam ser mais freqüentes.
Conheça a Doença
O QUE É?
A hipertensão é a pressão elevada do sangue nas
artérias, indicada pelo índice igual e superior a 14 por 9.
ORIGEM
A doença está relacionada com a obesidade,
diabetes, estresse, consumo de sal e álcool, vida sedentária e tendências
hereditárias. Contudo, a maioria dos casos têm a causa desconhecida.
SINTOMAS
O mal é silencioso. Seus sintomas mais freqüentes
são dor de cabeça, cansaço, tonteira, enjôos, falta de ar e sangramento nasal.
PERIGO
A hipertensão pode matar. Doença é fator de risco
para desenvolvimento de outros males graves, como:
1 - Infarto e insuficiência cardíaca
2 - Derrame
3 - Falência renal
TRATAMENTO
Uso de medicamentos e mudança dos hábitos
alimentares.
DICAS DE PREVENÇÃO
Evite excesso de sal e álcool. Faça
exercícios regularmente. Controle o estresse e peso. Evite alimentos ricos em
gorduras saturadas e carboidratos. Coma frutas e verduras (potássio evita a
doença). Não fume. Meça a pressão arterial regularmente.
VALOR IDEAL
Abaixo de 14 por 9 é a pressão considerada ideal
para uma paciente regular (idosos). Abaixo de 13 por 8 é a pressão ideal para
pacientes que já sofreram um infarto, são diabéticos ou tiveram uma derrame.
Pressão ideal (para a população em geral) é abaixo de 12 por 8.
40% dos brasileiros chegam aos 60 anos com pressão
alta.
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